Dia 12 de agosto, das 08h30 às 12h, acontece, no auditório do edifício-sede do Ministério Público do Paraná, o lançamento do programa Mata Atlântica em Pé.
De iniciativa da entidade, o projeto inaugura uma fase de intensa disposição do órgão público em localizar os principais focos de desmatamento da Mata Atlântica no Paraná nos últimos dez anos e inibir novas práticas de degradação. Identificar os responsáveis pelas explorações e cobrar a reparação integral dos danos sofridos pelo bioma também estão entre as estratégias que serão anunciadas pelo MPE. O evento é gratuito, aberto ao público e vale como horas curriculares a universitários.
Parcerias com o IBAMA (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e a Polícia Ambiental do estado já foram firmadas. Instituições que trabalham em prol da conservação da biodiversidade também vão apoiar a iniciativa, fornecendo orientações técnicas para qualificar a identificação e a recuperação das áreas degradadas.
O evento é organizado pelo Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente e de Habitação e Urbanismo (CAOPMAHU), que também assume a tarefa de coletar informações sobre os danos e seus responsáveis, além de apresentar sugestões de atuação para cada caso, sempre que possível, sem a necessidade de medidas judiciais. O acompanhamento das situações, no entanto, é feito pelas Promotorias de Justiça, nas diferentes comarcas.
“Nossos esforços estão absolutamente concentrados nas tarefas de estancar a degradação e contribuir para que os espaços mais prejudicados recuperem o status de conservação original. A Mata Atlântica já foi muito prejudicada. É a última chance de agir”, defende o promotor de justiça Alexandre Gaio.
Para o procurador de justiça e coordenador do CAOPMAHU, Alberto Velozzo Machado, o evento simboliza um convite para que a sociedade civil organizada e a comunidade somem esforços na defesa da Mata Atlântica. “É o momento de reunir todas as energias possíveis para estancar o problema o mais rápido possível”.
O Paraná foi o estado que mais degradou Mata Atlântica nos últimos 30 anos, sendo responsável por um quarto de tudo o que foi derrubado do bioma no Brasil. Foram 1.887 milhão de hectares desmatados.
Entre 2014 e 2015, 1.988 hectares de florestas nativas foram degradados no estado, um aumento de 116% em relação a 2014, cujo volume era de 921 hectares. Os dados são da Fundação SOS Mata Atlântica e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Desse volume, 89% – ou 1.777 hectares – se referem ao desmatamento da Floresta com Araucária. Dados da ONG SOS Mata Atlântica indicam que, em todo o Brasil, restam apenas 12,5% de fragmentos do bioma com mais de três hectares. Acima de 100 hectares conservados, sobraram 8,5%. No Paraná, o cenário é ainda mais dramático. Restam 3% das florestas que abrigam a Araucaria angustifolia, espécie ameaçada de extinção, conhecida também como pinheiro brasileiro.
Distribuída por 17 estados do país, a Mata Atlântica ocupa 16 milhões de hectares. Originalmente, o bioma cobriu mais de 131 milhões de hectares de território nacional.
O que: Lançamento do programa Mata Atlântica em Pé.
Quando: Dia 12 de agosto, das 08h30 às 12h.
Onde: No auditório do edifício-sede do Ministério Público do Paraná. (Rua Marechal Hermes, 751/Centro Cívico).
Quem pode participar: O evento é gratuito e aberto ao público.
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