As harpias em vida livre pelas lentes de Carlos Augusto Tuyama

Ao longo dos últimos anos, Carlos Augusto Tuyama tem monitorado harpias em vida livre no município Rolim de Moura, na Amazônia. Ele faz parte do Projeto Harpia Brasil e coordena o Núcleo Rondônia.

As fotografias captam momentos incríveis da maior águia do Brasil, e uma das maiores do mundo, em sua intimidade, desde a alimentação, a reprodução, a rotina do casal, o cuidado com o filhote até a congregação das aves com a floresta.

A harpia pode chegar a um metro de altura e ter dois metros de uma ponta a outra da asa. Com a redução das florestas, a espécie está ameaçada de extinção. Já foi erradicada da América Central e restam poucos indivíduos na América do Sul. No Paraná, por exemplo, a harpia já é considerada extinta.

Os registros de Carlos Tuyama contribuem com a coleta de dados científicos no oeste brasileiro. Mas, para mapear os ninhos e captar as imagens, há um planejamento e um cuidado muito grande para não interferir ou incomodar as aves.

O interesse de Carlos pela harpia começou quando era criança, ao visitar um zoológico em São Paulo. Já adulto, em Rondônia, viu uma garra exposta na casa de um agricultor e se deu conta que estava bem perto daqueles animais.

“No início, meu interesse era ver o bicho na natureza, mas quando avistei, me apaixonei. Após tomar conhecimento do grau de ameaça em que se encontrava, decidi me envolver a fundo na causa da conservação. Desde então, dedico um dia por semana à proteção da harpia e de seu habitat”, conta Carlos.

A Harpia é uma águia enorme, sendo considerada a mais forte do planeta. É a maior ave de rapina brasileira.

“Há 40 anos, Rolim de Moura era um tapete verde, com 100% de cobertura florestal. Hoje, restam apenas 10%. A grande maioria foi transformada em pastagem e agricultura. O que sobrou foram margens de rio e pedaços de mata onde a topografia não favorece ou existem muitas rochas. A harpia é um dos elementos que está neste contexto, ilhada nesses fragmentos”, explica Tuyama.

A reprodução da harpia ocorre a cada dois ou três anos. A fotografia de um filhote é resultado de meses de trabalho e dedicação.

A harpia vive solitária ou aos pares na copa das árvores. Apesar do seu tamanho, é bastante ágil e muito difícil de ser avistada.

Fotografias contribuem para educação ambiental da população que vive próxima às harpias. Carlos Tuyama realiza atividades em escolas e trabalhos de conscientização com a comunidade.

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