Segunda parte do filme “Um Porto chamado Grilagem” revela bastidores de intenção de construção de um porto em frente à Ilha do Mel

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Foi lançada dia 12 de março “parte 2” do documentário “Um porto chamado grilagem”. Ela está disponível para ser assistida no YouTube e nas redes sociais do Observatório de Justiça e Conservação (OJC).

A continuação da primeira parte do filme, tornada pública em novembro de 2019, agora revela os bastidores da intenção de construção de um complexo industrial portuário em frente à Ilha do Mel, no município de Pontal do Paraná, no litoral do Estado. Trata do histórico de grilagem (roubo de terras públicas) relacionado à intenção e da coleção de ilegalidades públicas, privadas e particulares que se acumulam ao longo dos anos, desde o início das tentativas de construção do porto no litoral, há décadas.

A Ilha do Mel é uma Estação Ecológica e um importante Parque Estadual e já foi reconhecida pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como um Patrimônio Natural da Humanidade, tendo em vista as características únicas no mundo que acumula. O porto seria instalado a poucos metros do local.

Só a primeira etapa das obras pra a construção do complexo custaria quase R$ 400 milhões dos cofres públicos. Além disso, elas podem ser feitas para beneficiar um empreendimento privado que ocuparia áreas que, antes das décadas de 1940 e 1950, foram dos paranaenses.

Mais de 27 milhões de metros quadrados de Mata Atlântica – um bioma ameaçado de extinção – seriam derrubados ou prejudicados. Comunidades tradicionais e indígenas que vivem há séculos na região, em área por onde passaria parte das obras, seriam expulsas. A biodiversidade do local também acabaria afetada de modo irreparável e a vocação turística do litoral do Estado, que é uma das maiores do Brasil, terminaria condenada para sempre.

A proposta do complexo industrial inclui a chamada “Faixa de Infraestrutura”, que é o conjunto de obras que viabilizariam e atenderiam ao porto. Ela inclui uma estrada que derrubaria mais de cinco milhões de metros quadrados de Mata Atlântica e, no trajeto como foi pensada, seria feita para atender ao aumento do fluxo de caminhões que passariam a trafegar rumo ao porto. Também inclui um canal de navegação de 50 metros de largura que, assim como a estrada, de modo bastante questionável, já está em processo de licenciamento. Os danos gerados pelos processos de dragagem envolvidos na construção desse canal seriam imensuráveis.

Soluções alternativas de desenvolvimento para a região foram apresentadas em 2019 ao Governo do Paraná por meio da campanha #SalveAIlhaDoMel. Um financiamento coletivo arrecadou quase R$ 40 mil da sociedade e, com os recursos, foi possível desenvolver uma proposta feita por arquitetos e engenheiros especializados, que estimulasse o turismo, investimentos públicos em infraestrutura e garantisse vantagens, especialmente a moradores, comerciantes e turistas. Até agora, ela foi ignorada pelo Governo, que também não respondeu nenhuma das mais de 390 mil mensagens enviadas pela população por meio do site salveailhadomel.com.br.

A segunda parte pode ser assistida em bit.ly/UmPortoChamadoGrilagem2.

E a primeira em bit.ly/UmPortoChamadoGrilagem1.

Para pressionar o Governo, acesse www.salveailhadomel.com.br.

 

Assista aqui a parte 2!

 

 

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