Os riscos e as mudanças drásticas que a abertura de uma rodovia em meio ao Parque Nacional do Iguaçu, no oeste do Paraná, pode trazer para o local e outras unidades de conservação do país, os impactos gerados pelas construções de portos, as consequências de projeto que pode alterar para sempre o visual da região da Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana e os riscos de contaminação por febre amarela são alguns dos temas das reportagens da segunda edição do jornal Justiça e Conservação, idealizado e realizado pelo Observatório de Justiça e Conservação (OJC).
Os dez mil exemplares da publicação já estão sendo distribuídos em diferentes cidades do Paraná e do Brasil. O maior foco de distribuição ainda são as regiões de Curitiba, litoral do Paraná, Campos Gerais, Foz do Iguaçu e Brasília.
A manchete desta edição traz informações sobre como o meio ambiente, e também a segurança de toda a sociedade, podem ser impactados irreparavelmente caso uma rodovia, que rasgaria ao meio o Parque Nacional do Iguaçu fosse feita. O local é o último refúgio da onça-pintada do sul do Brasil, a maior zona de Mata Atlântica de interior do Brasil e, por sua singularidade e importância, foi reconhecido pela Unesco como Patrimônio Natural da Humanidade. No caso da abertura da estrada, essa chancela seria perdida. Os interesses políticos e eleitoreiros por trás da proposta colocam em xeque a proteção da natureza em todo o Brasil e aumentam os riscos de violência contra a sociedade, afinal, quando a estrada foi aberta ilegalmente na década de 1950 era utilizada como rota para o contrabando e o tráfico, por exemplo.
Outro assunto que está nas páginas do Justiça e Conservação tem relação com os impactos ambientais provocados pela eventual instalação de linhas de transmissão de energia da multinacional francesa Engie na Escarpa Devoniana, na região dos Campos Gerais. Especialistas já atestaram que os estudos para a obra são frágeis e inconsistentes e indicaram que soluções alternativas para a região, que não afetem o potencial turístico do local nem prejudiquem o pouco que sobrou de Campos Naturais no Brasil, poderiam ser consideradas pela empresa, que vem atropelando processos e ignorando tentativas de debate por parte da sociedade civil.
Além disso, o jornal aborda as consequências da alteração do Fundo Estadual do Meio Ambiente, o FEMA, que desvirtuou a função ambiental que deveria ter. Outra matéria mostra como o governo do Paraná alterou os dados de repasse de ICMS Ecológico para agradar correligionários políticos no Estado.
O jornal, ainda, apresenta um ensaio fotográfico sobre as borboletas que embelezam o céu de Curitiba e do Paraná e uma seção de “biodicionário”, que explica o significado de determinados termos ambientais. Apresenta uma reportagem sobre a história do maior incêndio ambiental vivido pelo Paraná na década de 1960 e que atingiu 128 cidades e outra reportagem mostrando, de forma bastante didática, os principais impactos ambientais e sociais que a construção de uma zona portuária provoca a uma região.
“O Justiça e Conservação é mais uma iniciativa do Observatório de Justiça e Conservação que busca promover a informação ética, responsável e bem apurada, que mostra como práticas de corrupção ambiental afetam nossas vidas”, afirma Giem Guimarães, diretor-executivo do OJC. O jornal circula mensalmente e é distribuído gratuitamente.
Pra ler, acesse bit.ly/Jornal 2.
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